Um estudo publicado em 2020 na revista Nutrition discutiu os possíveis fatores que estão relacionados à ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados e o ganho de peso em longo prazo.
Os ultraprocessados são alimentos constituídos por diversos ingredientes de baixo custo, pouca qualidade nutricional, alto teor de calorias, açúcar, gordura, aditivos, conservantes e sal (exemplos: cereais matinais refinados, salgadinhos do tipo chips, doces, confeitaria, alimentos congelados prontos para consumo, refrigerantes, ‘sucos’ artificiais e etc.). Essas formulações envolvem diversas etapas de processamento e são produzidas para mascarar os ingredientes, tornando-os mais atraentes para o consumidor.
Segundo os autores, os fatores que desencadeiam o excesso do consumo poderiam estar relacionados à alta densidade de energia (quantidade kcal por g do alimento) e baixo volume alimentar (g), ou seja, os ultraprocessados agregam facilidade, praticidade, sabor, palatabildade, acessibilidade e baixo custo (principalmente nos EUA). Outras questões comportamentais e ativações neurais também são brevemente discutidas, embora necessitem de melhores elucidações.
Desta forma, o artigo propõe alternativas das quais o processamento poderia ser usado a favor da promoção da saúde, como por exemplo, modificações das propriedades dos alimentos (densidade e textura). Isto seria possível com a utilização de menos açúcar, gorduras saturadas e incorporação de ingredientes ricos em água, como legumes e frutas.
Os pesquisadores também discutem sobre dificuldade em encontrar alimentos frescos sem conservantes, saborosos e acessíveis em periferias e áreas urbanas. Sendo assim, estudos futuros devem se concentrar no entendimento de como o processamento poderia ser utilizado para criar alimentos ricos em nutrientes, amplamente disponíveis e acessíveis, ajudando assim os consumidores a gerenciar o consumo de energia.
REFERÊNCIAS
Rolls, Barbara J.; Cunningham, Paige M.; Diktas, Hanim E. Properties of Ultraprocessed Foods That Can Drive Excess Intake, Nutrition. May/June 2020 – Volume 55 – Issue 3 – p 109-115 doi: 10.1097/NT.0000000000000410
FIGURAS
Atenciosamente,
Tatiana Palotta Minari – CRN 50.979
*Nutricionista formada pela Universidade Federal de São Paulo/ UNIFESP.
*Doutoranda em Ciências da Saúde com ênfase em Diabetes pela FAMERP.
*Mestrado em Psicologia e Saúde com ênfase em Transtornos Alimentares pela FAMERP.
*Pós-graduação em Nutrição e Suplementação Esportiva: da Bioquímica e Fisiologia à Prática pela FAMERP.
*Atendimentos: 1- Clínica Estética e Nutrição; 2- Pelle Medical Center.
*Consultora de Controle de Qualidade e Segurança Alimentar para Restaurantes.
*Contato/ WhatsApp: (17) 981434200.
*E-mail: tatianaminari@gmail.com