OS BENEFÍCIOS DO CACAU PARA A MICROBIOTA INTESTINAL E A SAÚDE HUMANA

Uma revisão publicada em 2020 na Nutrients analisou as interações dos polifenóis do cacau com a microbiota intestinal humana e suas possíveis repercussões na saúde. Até o momento vários estudos demonstraram que o consumo do cacau pode diminuir o risco de doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos, doenças intestinais, podendo também contribuir positivamente com o sistema nervoso. 

Os polifenóis (catequinas e teobromina) do cacau possuem um potente efeito antioxidante e anti-inflamatório, interagindo com várias vias associadas à saúde. Os estudos apontam que o cacau pode aumentar o óxido nítrico (NO) sanguíneo, induzir a vasodilatação, colaborando consequentemente para reduzir a pressão arterial e melhorar a função endotelial vascular.

Além disso, os flavanóides presentes no cacau regulam a síntese/degradação lipídica, a homeostase da glicose e reduzem o risco de distúrbios metabólicos associados à obesidade. Esses polifenóis também exercem propriedades neuroprotetoras (aumento da expressão do BDNF). Em idosos e indivíduos com perda de memória, os flavonoides podem induzir uma modulação positiva do desempenho cognitivo.

Geralmente os polifenóis têm baixa biodisponibilidade e para serem absorvidos precisam ser modificados por hidrólise, conjugação e degradação microbiana, para só então gerar metabólitos secundários bioativos e biodisponíveis. A biotransformação dos polifenois pela microbiota parece ser a maneira mais eficaz de produzir metabolitos secundários que sejam capazes de entrar na circulação, alcançar os órgãos-alvo e exibir suas atividades. Estima-se que apenas 10% dos polifenóis sejam absorvidos na sua forma intacta no intestino. Os 90% atingem o cólon, onde acabam sofrendo fermentação pelas bactérias intestinais. Esse processo modula a composição da microbiota, exercendo assim uma ação prebiótica. Consequentemente Isto favorece o crescimento de bactérias “benéficas” (Lactobacillus e Bifidobacterium) e reduz as “patogênicas” (Clostridium perfringens). 

Os autores concluem que esses resultados parecem ser promissores, embora necessitem de mais estudos, sobretudo quanto à padronização de uma dose para utilização na prática clínica.

E você? Gosta do cacau? Em que preparação costuma utilizá-lo?

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REFERÊNCIA: 

Sorrenti, V.; Ali, S.; Mancin, L.; Davinelli, S.; Paoli, A.; Scapagnini, G. Cocoa Polyphenols and Gut Microbiota Interplay: Bioavailability, Prebiotic Effect, and Impact on Human Health. Nutrients 2020, 12, 1908.

Atenciosamente,

Tatiana Palotta Minari – CRN 50.979

*Nutricionista formada pela Universidade Federal de São Paulo/ UNIFESP.

*Doutoranda em Ciências da Saúde com ênfase em Diabetes pela FAMERP.

*Mestrado em Psicologia e Saúde com ênfase em Transtornos Alimentares pela FAMERP.

*Pós-graduação em Nutrição e Suplementação Esportiva: da Bioquímica e Fisiologia à Prática pela FAMERP.

*Atendimentos: 1- Clínica Estética e Nutrição; 2- Pelle Medical Center.

*Consultora de Controle de Qualidade e Segurança Alimentar para Restaurantes.

*Contato/ WhatsApp: (17) 981434200.

*E-mail: tatianaminari@gmail.com

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