TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica é uma doença psiquiátrica caracterizada principalmente pela:

1) Insatisfação e distorção da imagem corporal;

2) Alta frequência de episódios de compulsão alimentar;

3) Sofrimento ocasionado pela disfagia e descontrole.

Pode incidir em diversas classes sociais, sexos e estados nutricionais, mas a maior frequência ocorre em mulheres e no estado nutricional de obesidade. É importante salientar que aproximadamente 30% dos obesos possuem o transtorno, embora este dado esteja em crescente com o passar dos anos.

Muitas pessoas ficam em dúvida se de fato possuem esta doença e acabam confundindo o simples ato de repetir uma refeição apetitosa com o episódio de compulsão. O episódio em si envolve uma ingestão descontrolada de alimentos, tanto em nível calórico (2000 a 5000kcal/ por episódio), quanto em volume. Este “ritual alimentar” pode ocorrer em até 2h, ocasionando distensão abdominal extrema, vergonha, culpa e isolamento do individuo.

O extremo consumo é composto por diversos tipos de comidas, das quais a pessoa se privou durante determinado período e posteriormente não conseguiu ter autocontrole e/ou autonomia para não ingeri-la. Não existem alimentos que causam a compulsão, mas sim crenças que o paciente tem sobre determinados alimentos. É importante ressaltar que a perda de controle não está relacionada ao fato de que o paciente é um fracassado ou não tem força de vontade, mas sim pelo controle extremo que a pessoa exige de si mesma, não conseguindo sustentar esse comportamento em longo prazo.

O tratamento é individualizado, apresentando metas específicas de acordo com o quadro clínico, a gravidade, a história da doença e o tipo de transtorno do paciente. O TCAP é uma doença psiquiátrica complexa que necessita de tratamento interdisciplinar especializado (psiquiatra, psicólogo e nutricionista). Os grupos terapêuticos também podem maximizar a recuperação do indivíduo, assim como a atividade física. Na intervenção nutricional os principais objetivos são:

1) Melhorar a qualidade nutricional das refeições gradativamente;

2) Reduzir a frequência de episódios de compulsão;

3) Melhorar a relação do paciente com sua imagem corporal e com a comida;

4) Aumentar a qualidade de vida em longo prazo;

5) Estabelecer metas sustentáveis em longo prazo.

Tatiana Palotta Minari – CRN 50.979
*Nutricionista formada pela Universidade Federal de São Paulo/ UNIFESP.
*Mestrado em Psicologia e Saúde com ênfase em Transtornos Alimentares pela FAMERP.
*Pós-graduação em Nutrição e Suplementação esportiva: da Bioquímica e Fisiologia à Prática pela FAMERP.
*Atendimentos: 1- Clínica Estética e Nutrição; 2- Pelle Medical Center.
*Consultora de Controle de Qualidade e Segurança Alimentar para Restaurantes.

Instagram: @tatiminari_nutririopreto 
Facebook: @NutriRioPretoTatiMinari

 

REFERÊNCIAS

Alvarenga, M.S., Dunker, K.L.L., Roman, E.C.B., & Philippi, S.T. (2014). Nutritional therapy for eating disorders. In: Philippi, S.T., & Alvarenga, M. Eating disorders: a nutritional view. Barueri: Manole, 26-229.

Arlington, V. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V). In (5 ed.): American Psychiatric Association, 329-354. Available in: http://dhss.delaware.gov/dsamh/files/si2013_dsm5foraddictionsmhandcriminaljustice.pdf. DOI: 10.5007/1807-1384.2014v11n2p96.

 

 

 

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