ALIMENTOS QUE PODEM AJUDAR NA INDUÇÃO DO SONO

Muitos brasileiros não sabem o que é dormir com facilidade ou sustentar uma boa noite de sono. A insônia é capaz de gerar diversas intercorrências no organismo, como por exemplo, cansaço extremo, letargia, desequilíbrio metabólico e aumento do risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

Conhecida como “hormônio do sono”, a melatonina é sintetizada a noite pela glândula pineal (localizada no cérebro). Durante o dia ela conservar-se inativa e quando o sol se põe/ escurece, a glândula pineal é ativada e começa a sintetizar melatonina ativamente. Com a liberação do hormônio no sangue, o indivíduo começa a ficar menos alerta e seu organismo vai se preparando para descansar.

A melatonina pode ser encontrada em ovos, peixes, carne, leite (incluindo o materno), uva, cereja, morango, kiwi, sementes, cereais, azeite, vinho, pimenta, tomate, cogumelos, trigo, aveia e cevada. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para chegar a uma dosagem ideal de ingestão, período de duração da intervenção e horário adequado para o consumo.

É importante apostar também em alimentos ricos em lactucina, passiflora, triptofano e serotonina (elementos considerados relaxantes e indutores do sono), dos quais estão presentes na banana, frutas vermelhas, kiwi, maracujá, alface, sementes de abóbora, oleaginosas e etc.

Vale lembrar, que não basta buscar ingredientes ricos nestas substâncias, visto que a dieta como um todo deve passar por uma revisão. A alimentação saudável é crucial para melhorar a qualidade do sono. O indivíduo precisa se permitir a experimentar novos alimentos, sobretudo frutas, verduras e legumes.

Além disso, exceder o uso de produtos ultraprocessados (alimentos com muitos ingredientes, ricos em conservantes, edulcorantes, açúcar, sal, gorduras saturada e trans), acabam favorecendo a insônia. Esses alimentos podem contribuir para elevar o risco de obesidade e doenças cardíacas. Valores elevados de IMC (índice de massa corporal) e obesidade abdominal aumentam o risco de apneia em 60%, além de reduzirem o sono profundo e a sua eficiência. 

Desta forma é necessário manter um cardápio equilibrado e evitar o ganho de peso excessivo. O acompanhamento nutricional, a adequação e individualização da dieta são cruciais para um bom tratamento dos distúrbios do sono.

Ficou com alguma dúvida? Procure o seu nutricionista para maiores informações e esclarecimentos!

Tatiana Palotta Minari – CRN 50.979
*Nutricionista formada pela Universidade Federal de São Paulo/ UNIFESP.
*Doutoranda em Ciências da Saúde com ênfase em Diabetes pela FAMERP.
*Mestrado em Psicologia e Saúde com ênfase em Transtornos Alimentares pela FAMERP.
*Pós-graduação em Nutrição e Suplementação Esportiva: da Bioquímica e Fisiologia à Prática pela FAMERP.
*Atendimentos: 1- Clínica Estética e Nutrição; 2- Pelle Medical Center.
*Consultora de Controle de Qualidade e Segurança Alimentar para Restaurantes.

REFERÊNCIAS

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Crispim, Cibele Aparecida, Zalcman, Ioná, Dáttilo, Murilo, Padilha, Heloisa Guarita, Tufik, Sérgio, & Mello, Marco Túlio de. (2007). Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 51(7),1041-1049. https://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302007000700004

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St-Onge, M. P., & Zuraikat, F. M. (2019). Reciprocal Roles of Sleep and Diet in Cardiovascular Health: a Review of Recent Evidence and a Potential Mechanism. Current atherosclerosis reports, 21(3), 11. https://doi.org/10.1007/s11883-019-0772-z

St-Onge MP, Mikic A, Pietrolungo CE. Effects of Diet on Sleep Quality. Adv Nutr. 2016;7(5):938–949. Published 2016 Sep 15. doi:10.3945/an.116.012336

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